Tendinite do Supraespinhoso: O que é?

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“Olá, Emili! Como você está?” Cumprimento-a com um sorriso acolhedor enquanto a conduzia para a sala de consulta. _Estou bem, mas esse ombro… Está difícil. Pois, tenho tido bastante dor ao levantar o braço,” Emili respondeu, parecendo desconfortável. O médico disse que é Tendinite do Supraespinhoso.

“Pela sua descrição sem dúvida que o diagnóstico do médico está correto. Vamos conversar sobre isso com calma. Esse é um problema comum que afeta muita gente, especialmente aqueles que fazem movimentos repetitivos com os braços acima da cabeça.”

“Sim, é isso mesmo! O que exatamente é essa tendinite?” Emili perguntou.

“A tendinite do Supraespinhoso é uma inflamação de um dos tendões do ombro, especificamente o tendão do músculo Supraespinhal. Ele faz parte de um grupo de músculos conhecidos como manguito rotador. Esse tipo de tendinite pode gerar muita dor e limitar o movimento.”

O Tendão do Supraespinhoso e o Manguito Rotador

“Manguito o que??” Emili quis saber, tentando entender melhor a anatomia do ombro.

“Todo tendão conecta o músculo ao osso, o que permite o movimento do membro. No entanto, esse músculo integra um conjunto de músculos conhecidos como manguito rotador. Ou seja, eles são estruturas muito importantes para promover a estabilidade do ombro durante os movimentos.”

“Então o manguito rotador é como um grupo de músculos e tendões que cuidam do ombro?” Emili perguntou, interessada.

“Isso mesmo! O manguito rotador é formado por quatro músculos principais: o Supraespinhoso, o Infraespinhoso, o Subescapular e o redondo menor. Cada um desses músculos tem um papel específico, mas, juntos, eles estabilizam e auxiliam na coordenação dos movimentos da articulação do ombro, permitindo movimentos amplos e seguros.

Tendinite do Supraespinhoso: O que é?

Causas da Inflamação: Uso Excessivo e Problemas Biomecânicos

“E o que causa essa inflamação?” Emili questionou, ansiosa para entender como a condição se desenvolveu.

“Essa é uma ótima pergunta. Existem algumas causas comuns para a tendinite do Supraespinhoso. A primeira é o uso excessivo, especialmente em atividades que exigem movimentos repetitivos do braço, como levantar peso, pintar paredes ou até praticar esportes como o tênis ou natação,”

“Eu pratico natação! Será que foi isso?” Emili perguntou, preocupada.

“É possível. Mas, além do uso excessivo, também temos causas biomecânicas, como problemas de postura ou desalinhamentos na articulação do ombro, falha na coordenação, e até problemas anatômicos que contribuem para aumentar a pressão sobre o tendão. Quando isso acontece, o corpo acaba forçando o Supraespinhoso a trabalhar mais do que o normal, o que pode levar à inflamação.”

“Então, é uma combinação de fatores que sobrecarregam o tendão?

“Exatamente! É como se o tendão fosse sobrecarregado com frequência além do limite, repetidas vezes, até começar a causar micro lesãoes no tendão.” O corpo tentará reparar essas micro lesões e isso tem um preço, pois toda tentativa de reparo envolve inflamação e toda inflamação gera dor.

Esse tipo de problema pode surgir gradativamente até manifestar os sintomas. Além disso, quedas de mal jeito, também impactam esse tendão, levando a uma inflamação. Por isso, a história que o paciente nos conta sobre como a dor começou é muito importante para o tratamento adequado.

Sintomas da Tendinite do Supraespinhoso

“Quais são os sintomas mais comuns dessa tendinite?” Emili perguntou, querendo saber se os dela eram típicos.

“Bem, a dor ao levantar o braço, especialmente acima da linha do ombro, é um dos sintomas mais comuns. Algumas pessoas também sentem dor ao fazer movimentos específicos ou ao dormir sobre o ombro afetado. Em casos mais avançados, pode haver até uma sensação de fraqueza no braço, dificultando atividades que antes pareciam fáceis.”

“Isso é bem o que estou sentindo,” Emili confirmou, aliviada em saber que os sintomas eram normais.

Pessoas Mais Afetadas pela Tendinite do Supraespinhoso

“Essa tendinite afeta algum grupo específico?” Emili quis saber.

“Sim, pessoas que realizam atividades que envolvem o uso constante do ombro têm maior chance de desenvolver tendinite do Supraespinhoso. Isso inclui trabalhadores como pintores, carpinteiros, atletas que jogam tênis, nadadores, ou mesmo pessoas que passam muito tempo no computador com postura inadequada.”

“Eu nunca imaginei que um problema assim pudesse surgir na natação. Sempre achei que o esporte ajudava a fortalecer o corpo,” Emili comentou.

“O esporte ajuda, sim, mas o excesso ou a falta de técnica na execução de certos movimentos pode gerar sobrecarga em algumas estruturas.”

A Tendinite do Supraespinhoso Tem Cura?

“Fico preocupada em saber se isso tem cura. Será que vou me recuperar completamente?” Emili questionou, com um toque de apreensão.

“Pode ficar tranquila, Emili! Esse tipo de problema tem, sim, cura. O segredo está em seguir o tratamento direitinho e ter paciência. A fisioterapia será fundamental para reduzir a inflamação e fortalecer os músculos ao redor do ombro, garantindo uma recuperação sólida.”

“Que alívio ouvir isso! Pois, vou fazer tudo direitinho,” Emili respondeu, determinada.

Tratamento e Tempo de Recuperação

“E como funciona o tratamento? Quanto tempo leva para eu ficar boa?”  

O tratamento pode ser conservador ou cirúrgico. Tudo dependerá da magnitude da lesão do tendão supraespinhoso.

“O tratamento conservador, geralmente envolve sessões de fisioterapia, onde trabalharemos com técnicas para reduzir a inflamação, melhorar a mobilidade e flexibilidade, corrigir quaisquer desequilíbrios musculares ou posturais que possam contribuir para a tendinite. Podemos também utilizar exercícios específicos para fortalecer a musculatura. Medicamentos anti-inflamatórios prescritos pelos médicos são de grande valor no tratamento.”

No entanto, com a persistência da dor, o paciente é orientado a retornar para o médico ortopedista, que fará uma investigação mais detalhada. Em casos onde é constatado a ruptura parcial do tendão, onde o tratamento conservador falhou, a cirurgia para reparo do tendão pode ser recomendada.

“E quanto tempo leva pra curar?” Emili perguntou.

“Normalmente, a recuperação pode variar de algumas semanas a alguns meses, dependendo da gravidade da tendinite e da resposta ao tratamento. Alguns casos leves podem se resolver em cerca de quatro a seis semanas, enquanto casos mais avançados podem levar três meses ou mais. Tudo depende de uma série de variáveis que constatamos ao avaliar o paciente.”—

A Importância do Autocuidado e Paciência no Tratamento

“Preciso tomar algum cuidado específico no dia a dia?” Emili quis saber, preocupada em acelerar sua recuperação.

“Sim, é importante evitar atividades que sobrecarreguem o ombro até ele estar recuperado. Principalmente não realizar movimentos que provocam a dor. Também vamos trabalhar na sua postura e na consciência corporal e coordenação para ajudar a evitar futuras lesões. Evite dormir pelo menos por enquanto sobre o lado doloroso. Como você pratica natação é muito importante conversar com seu professor e trabalhar na sua técnica. Essas recomendações são as mais básicas, pelo menos para seu caso. Na reabilitação vamos incluindo cada vez mais recomendações a medida que vamos descobrindo como você funciona.

“Estou entendendo melhor agora, obrigada, Douglas. Vou me cuidar!”

“É isso aí Emili! Se você seguir as orientações e manter uma postura consciente, sua recuperação será mais rápida. Lembre-se de que cada passo no tratamento conta!”

“Obrigada, Douglas. Eu realmente precisava entender o que está acontecendo com meu ombro, e agora me sinto mais preparada para cuidar dele!”

“Que bom, Emili! Vamos trabalhar juntos para que você fique bem. Conte comigo nesse processo.”

Artigo escrito por:

Dr.Douglas Santos

Fisioterapeuta

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