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Felipe era um homem de 45 anos que, ao longo dos últimos anos, vinha enfrentando dores nas costas e nas articulações. Apesar das várias orientações que havia recebido sobre os benefícios do exercício físico, ele continuava levando uma vida sedentária, sentado por horas no trabalho e sem praticar nenhuma atividade física regular. Após uma visita ao ortopedista, foi encaminhado a nossa clínica de fisioterapia para tratar da coluna e melhorar a postura. Lá, ele foi atendido por mim, uma das fisioterapeutas da clínica.
Após uma breve conversa inicial, Felipe, curioso, perguntou:
— Maite, eu sei que sou sedentário e que preciso me exercitar, mas nunca entendi muito bem a diferença entre atividade física e exercício físico. Para ser honesto, há diferença entre esses dois?
Sorrio, percebendo que essa era uma excelente oportunidade para explicar os conceitos e, ao mesmo tempo, inspirar Felipe a adotar hábitos mais saudáveis.
Diferença entre Atividade Física e Exercício Físico

Comecei explicando:
— Felipe, essa é uma pergunta muito comum. Basicamente, “atividade física” é qualquer movimento que fazemos e que exige energia. Isso inclui coisas simples como caminhar até o supermercado, subir escadas, varrer a casa, ou mesmo levantar-se de uma cadeira. Ou seja, qualquer movimento que coloque nosso corpo em ação, no cotidiano, já conta como atividade física.
— Já o “exercício físico” é um tipo específico de atividade física, mas que é planejado, estruturado e repetitivo, com o objetivo de melhorar ou manter um aspecto da saúde ou da aptidão física. Por exemplo, uma caminhada diária de 30 minutos, uma aula de musculação ou um treino de corrida. A diferença essencial é que o exercício físico tem um propósito de melhorar a saúde e, normalmente, segue uma regularidade.
Felipe assentiu, parecendo entender.
— Então, se eu fizesse caminhadas todos os dias ou seguisse um plano de exercícios, isso já ajudaria?
Confirmei, complementando:
— Exatamente. Incorporar o exercício físico à rotina faz uma grande diferença para o corpo e, a longo prazo, na qualidade de vida.
Problemas de Saúde Causados pelo Sedentarismo
Felipe, então, ficou mais pensativo e perguntou:
— Sei que o sedentarismo faz mal para a saúde mas…Parece algo tão abstrato…
Peguei essa deixa para abordar os riscos:
— Os problemas do sedentarismo, na verdade, são bem concretos e podem afetar muitos aspectos da saúde. Ele é considerado um dos principais fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes, hipertensão, obesidade e doenças cardíacas. Ficar muito tempo sem se mover enfraquece nossos músculos e articulações, piora a circulação sanguínea e reduz a capacidade do corpo de queimar calorias, o que contribui para o ganho de peso.
— Além disso, há impactos na saúde mental, pois a inatividade está associada a maiores níveis de ansiedade e depressão. Pessoas que não se movimentam regularmente acabam tendo mais dificuldade para lidar com o estresse, pois os exercícios físicos ajudam na liberação de endorfinas, que são conhecidas como “hormônios da felicidade”.
Felipe começou a perceber a gravidade do sedentarismo e, preocupado, perguntou:
— E como eu posso evitar todos esses problemas?
Repondo:
— Esse é o ponto mais importante, Felipe. Basta começar a fazer exercícios físicos regularmente, com o acompanhamento adequado e no seu ritmo. Não precisa ser algo intenso; o importante é manter a regularidade e incluir o exercício na sua rotina.
Importância e Benefícios do Exercício Físico Regular
Com um sorriso encorajador, continuo:
— Os benefícios de se exercitar regularmente são imensos. Primeiramente, há um aumento na resistência muscular e cardiovascular, o que faz com que atividades do dia a dia fiquem mais fáceis. Em segundo lugar, há a melhora do sistema imunológico, tornando o corpo mais resistente a infecções. A prática de exercícios também auxilia na perda e manutenção do peso corporal, aumenta a disposição e melhora a qualidade do sono além de reduz o risco de desenvolver doenças crônicas.
— E a longo prazo, estudos mostram que quem pratica exercícios físicos regularmente tem uma expectativa de vida maior. Isso ocorre porque o exercício contribui para a diminuição da taxa de mortalidade, ou seja, reduz o risco de morte por várias doenças. Além disso, aumenta a qualidade de vida na velhice, mantendo o corpo mais independente e saudável.
Felipe ficou impressionado com tantos benefícios e, animado, perguntou sobre a quantidade ideal de exercícios.
Então trouxe a recomendação:
— Segundo o Colégio Americano de Medicina do Esporte (ACMS) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), o ideal é que adultos realizem pelo menos 150 a 300 minutos de atividade física aeróbica moderada por semana, ou 75 a 150 minutos de atividade intensa. Ou seja, cerca de 30 minutos por dia já fazem uma diferença enorme. Além disso, é recomendado fazer exercícios de fortalecimento muscular pelo menos duas vezes na semana.
Transformando o Conhecimento em Ação
Animado, Felipe concluiu:
— Acho que agora entendo a importância. Eu quero tentar! Pode me ajudar a montar um plano básico?
Sorrio, vendo o entusiasmo do Felipe:
— Claro! Vamos começar com algo que você goste de fazer e que encaixe no seu dia a dia. Depois, aumentamos a intensidade e a duração conforme seu corpo se adaptar.
Juntos, traçamos um plano inicial de caminhada, Pilates e trabalhos de força. Felipe saiu da sessão com uma nova perspectiva, pronto para adotar hábitos mais saudáveis e encarar a caminhada em direção a uma vida ativa, mais saudável e prolongada.

Artigo escrito por:
Dr.Douglas Santos
Fisioterapeuta