Autor: RepostureFoz

  • Boa Postura Para a Saúde: Por que Cuidar da Postura no Dia a Dia?

    Boa Postura Para a Saúde: Por que Cuidar da Postura no Dia a Dia?

    Por que a Postura é tão importante para a Saúde?

    A postura, frequentemente subestimada, desempenha um papel crucial na nossa saúde e bem-estar geral.


    Manter uma boa postura não se resume apenas a uma questão de elegância; é um investimento na saúde da coluna, dos músculos e das articulações.


    Portanto, este artigo aborda a importância da postura no cotidiano, os benefícios de mantê-la adequada e as consequências de sua negligência.


    Por que o Alinhamento Postural é Essencial para a Saúde

    O que é boa postura?

    A boa postura é o alinhamento correto dos segmentos do corpo contra a força da gravidade, seja em pé ou sentado.


    Isso envolve manter a coluna vertebral alinhada, preservando suas curvaturas naturais e evitando a sobrecarga de músculos e articulações.

    Imagem da coluna vertebral mostrando suas curvas fisiológicas em uma vista de perfil e de frente. Curvas importantes para uma boa postura


    Manter uma boa postura é um estado dinâmico que exige consciência e atenção ao longo do dia. Por isso, a postura é essencial para a saúde da coluna.


    Isso significa que preciso estar vigilante 24horas? Não, mas é preciso estar atento principalmente ao permanecer longos períodos sentados ou ao fazer esforços.

    Boa postura não é estar reto

    Uma postura saudável envolve manter as curvas naturais da coluna vertebral.


    A coluna tem três curvas naturais: a cervical (pescoço), a torácica (meio das costas) e a lombar (parte inferior das costas).


    Manter essas curvas em alinhamento ajuda a distribuir o peso do corpo de maneira equilibrada, reduzindo a tensão nos músculos e ligamentos.


    No entanto, ficar completamente reto causa rigidez e desconforto, enquanto uma postura que respeita as curvas naturais promove melhor mobilidade e conforto.


    Assim, a chave para uma boa postura é encontrar um equilíbrio que mantenha a coluna alinhada, mas não excessivamente rígida.

    Atitude postural

    A atitude postural está relacionada a como você projeta sua postura para o mundo. Ela reflete como você se sente e encara o mundo ao seu redor.


    Por exemplo, já viu como os super-heróis se posicionam diante dos vilões, imponentes como verdadeiras fortalezas quase intocáveis?

    Imagem de uma home como uma boa postura mostrando a importância da atitude postural.


    A atitude postural deles é extremamente poderosa e comunica ao mundo a força que aparentam.

    O oposto é a atitude de uma pessoa retraída, excessivamente tímida. Essa pessoa curva sua postura, se fecha como se estivesse se protegendo, se esconde, evita contato visual.


    Essa atitude muitas vezes reflete o estado emocional em que a pessoa se encontra.


    Outras atitudes posturais incluem posturas desleixadas, que demonstram falta de interesse ou preguiça.


    Modificar uma atitude postural não é uma tarefa fácil, e outros profissionais, como psicólogos, podem ajudar nesse processo.

    Alterações posturais

    Alterações posturais são em sua maioria de natureza patológica. Às vezes, a pessoa nasce com uma perna mais curta que a outra ou tem uma alteração na coluna, como escoliose, ou um pé torto congênito que dificulta a maneira de como ela se locomove ou se posiciona.


    Nesses casos, a postura adotada independe da vontade da pessoa; é uma questão anatômica.


    Quanto antes for detectada e tratada essa alteração postural mais favorável é o prognóstico para o paciente.


    Vantagens de Manter o Corpo Bem Alinhado

    A importância de manter uma boa postura está nos inúmeros benefícios que ela proporciona.

    Imagem mostrando a diferença entre uma má postura vs Boa postura


    Além disso, adotar uma postura adequada oferece várias vantagens, como evitar dores nas costas, especialmente na região lombar, e reduzir a tensão muscular.


    Do mesmo modo, uma boa postura contribui para a eficiência respiratória, melhora a circulação sanguínea e facilita a digestão.


    Uma boa postura também aumenta a autoconfiança e melhora a percepção de bem-estar e te deixa mais elegante.


    Consequências de uma Postura Incorreta

    A má postura pode causar uma série de problemas de saúde. Especificamente, ela pode resultar em dores crônicas nas costas, pescoço e ombros, além de aumentar o risco de desenvolver problemas articulares e hérnias de disco.


    Além disso, a má postura pode causar dificuldades respiratórias, fadiga muscular e até mesmo compressão de nervos.


    Para evitar esses problemas, é crucial desenvolver uma disciplina postural e manter cuidados constantes, buscando orientação profissional quando necessário.


    Postura Corporal e Saúde da Coluna

    Como a postura afeta a coluna vertebral?

    A postura corporal tem um impacto direto na saúde da coluna vertebral. Uma má postura pode desalinhá-la, aumentando a pressão sobre discos e articulações.

    Imagem mostrando uma mulher escrevendo no computador com postura incorreta, prejudicando uma boa postura


    Manter uma postura inadequada constantemente pode resultar em dores crônicas, inflamações e até lesões graves, como hérnias de disco.


    Consequentemente a importância de uma boa postura está na sua capacidade de distribuir uniformemente as cargas sobre a coluna, minimizando o risco de sobrecarregar estruturas específicas.


    Assim, para evitar esses problemas, é essencial melhorar a postura e fortalecer os músculos posturais.

    Postura correta no dia a dia

    Adotar uma postura correta no dia a dia é fundamental para manter a saúde da coluna. Veja algumas dicas:

    Ao sentar-se

    Mantenha os pés apoiados no chão ou em um apoio, costas retas e apoiadas no encosto da cadeira.


    Preferencialmente use cadeiras com apoio lombar e que te permitam gerenciar o estresse causado pela posição sentada. Cadeiras com regulagem de inclinação são perfeitas.


    No ambiente de trabalho, ajuste a altura da sua mesa e cadeira para evitar curvar-se ou esticar-se excessivamente.

    Levantar objetos pesados de forma inadequada pode causar sérios danos à coluna. Para evitar lesões, é importante seguir algumas orientações.


    Primeiro, posicione-se o mais próximo possível do objeto, com os pés afastados na largura dos ombros para garantir estabilidade.
    Dobre os joelhos e mantenha a coluna reta, utilizando a força dos quadris e das pernas para levantar o objeto.


    Evite torcer o corpo enquanto levanta e mantenha o objeto próximo ao corpo. Se o objeto for muito pesado, não hesite em pedir ajuda.

    Ficar em pé

    Imagine que você organiza os ossos do seu corpo o mais perfeito possível como se fosse uma pilha de tijolos.


    Se você tentar fazer isso, perceba o tamanho do esforço que é manter essa posição. E respirar? Agora imagine caminhar assim? Horrível, não?


    Com certeza, essa é a maneira que a maioria das pessoas fazem quando tentam arrumar sua postura.


    Há esforço constante e você não conseguirá mantê-la por 2 minutos, sem que apareça alguma dor.

    Como organizar minha postura?

    Imagem mostrando uma mulher organizando uma boa postura

    Organize novamente sua postura como descrito anteriormente, porém agora imagine um único fio de cabelo puxando sua cabeça para o alto, solte seus ombros e imagine que suas clavículas querem sorrir.


    Vá tirando cada vez mais o excesso de esforço da posição. Seus ombros ficam em cima dos seus quadris.
    Esses em cima dos joelhos e dos tornozelos. As articulações não estão presas, mas maleáveis.


    Perceba a rigidez do esforço inicial e vá tirando o excesso de tensão, até que você consiga harmonizar o alinhamento corporal com o conforto de estar alinhado.

    Se você está com a postura bem organizada, mas a respiração está pesada e você começa a ficar ofegante, ela está muito artificial.

    É preciso tirar ainda mais o excesso de tensão muscular provocado pela correção postural.


    Não é uma tarefa fácil e é preciso de treino para alcançar uma postura elegante, econômica e confortável.

    Caminhando

    As pressões dos pés são iguais e distribuídas e quando você for caminhar os pés conduzem o corpo um passo de cada vez.


    Todo e qualquer passo é feito com suavidade como se você quisesse acariciar o solo e não o amassá-lo.


    Imagine que há alguém atrás de você e você quer mostrar a sola do seu calçado pra ela.


    Avance um passo de cada vez e sinta seu corpo ser conduzido pelos seus pés. Sua cintura está relaxada, seus braços balançam livremente.


    Seu olhar está no horizonte e observa tanto o alto, quanto o baixo e também a sua frente.


    Isso fara você caminhar mais harmonizado, mas digo, é preciso treinar.


    Práticas para Garantir a Saúde da Sua Coluna

    Existem diversas práticas que podem auxiliar na manutenção de uma boa postura e garantir a saúde da coluna.


    A reeducação postural global (RPG Souchard) entre outras técnicas posturais é eficaz para organizar a postura e reequilibrar os músculos posturais.


    Praticar exercícios físicos regularmente, como Pilates e Yoga, pode melhorar a flexibilidade, o equilíbrio e a consciência corporal.


    Ao dormir, utilize um travesseiro adequado para manter a coluna alinhada e evitar tensões musculares.


    Aliás, colocar um travesseiro entre as pernas, melhora o alinhamento da coluna e da mais conforto ao permanecer deitado.


    A Importância do Trabalho de Força

    O trabalho de força é essencial para manter uma boa postura.

    Fortalecer os músculos, especialmente os do core (abdômen e região lombar), ajuda a sustentar a coluna e a manter o alinhamento correto do corpo.


    Por exemplo, exercícios como agachamentos, pranchas e levantamento terra são particularmente eficazes para desenvolver a força necessária para uma postura adequada.


    Além disso, músculos fortes reduzem a carga sobre as articulações e discos vertebrais, prevenindo dores e lesões.


    Ergonomia e a Saúde

    A ergonomia é essencial para promover a saúde postural tanto no ambiente de trabalho quanto em atividades diárias.


    Seu objetivo é adaptar o ambiente e as ferramentas de trabalho às características físicas de cada pessoa, minimizando o risco de lesões e desconfortos.


    Assim, investir em móveis e equipamentos ergonômicos, como cadeiras ajustáveis e teclados específicos, pode melhorar significativamente a postura e prevenir dores nas costas.


    Estratégias para Corrigir e Melhorar o Alinhamento Corporal

    Exercícios para fortalecer os músculos posturais

    Para corrigir a postura e fortalecer os músculos posturais, é possível incorporar diversos exercícios à rotina diária.


    Por exemplo, exercícios de fortalecimento do core, como prancha e abdominais, ajudam a estabilizar a coluna vertebral e melhorar o alinhamento.


    Já os exercícios para fortalecer os músculos das costas, como remada e latpull-down, auxiliam na manutenção de uma boa postura e na prevenção de dores.

    Uma mulher fazendo exercício em um aparelho de musculação para trabalhar a boa postura


    Por fim, a consistência na prática desses exercícios é fundamental para obter resultados.

    Alongamentos para a saúde da coluna

    Os alongamentos são essenciais para manter a flexibilidade da coluna vertebral e aliviar a tensão muscular.


    Dessa forma, alongamentos preferivelmente devem ser realizados levando em consideração as cadeias musculares envolvidas.


    Isso ajuda a melhorar a postura e reduzir o risco de dores. Além disso, alongar os músculos isquiotibiais e os flexores do quadril também contribui para um melhor alinhamento postural.


    Ao realizar os alongamentos, é importante manter a postura correta e evitar forçar os movimentos, sempre buscando a orientação de um profissional qualificado.

    Adotar hábitos saudáveis para uma boa postura

    Além de exercícios e alongamentos, é essencial adotar hábitos saudáveis para manter uma boa postura.


    Manter um peso adequado ajuda a reduzir a carga sobre a coluna vertebral e as articulações, facilitando a adoção de uma postura correta.


    Do mesmo modo, evitar o uso excessivo de saltos altos e carregar bolsas pesadas em um único ombro também contribui para prevenir, tensões musculares e desequilíbrios posturais.


    Maus hábitos posturais são como cigarro, a continuidade no longo prazo torna-os em problemas irreversíveis.


    Crianças: devo me preocupar com a postura?

    A menos que a causa do problema postural seja patológica, não há motivo para alarme.

    No entanto, é fato que as crianças de hoje não correm nem brincam como antigamente. Muitas têm uma rotina tão cheia quanto a de um adulto.


    Qual o problema?
    A falta de tempo para explorar o potencial do próprio corpo. É cada vez mais comum ver crianças que não sabem subir em árvores ou pular muros.

    O desenvolvimento motor acaba ficando em segundo plano, e a motricidade é frequentemente negligenciada.


    E quanto à postura?
    Uma coisa é certa: crianças têm uma postura naturalmente maravilhosa e uma incrível capacidade de imitar os adultos.

    Por isso, é essencial estar atento à sua própria postura quando estiver perto delas. Afinal, elas são verdadeiras especialistas em copiar o que veem.


    Existe postura perfeita?

    Depende. A postura de uma bailarina é perfeita para o balé — mas seria estranho vê-la caminhando pela rua como se estivesse em cena.


    Além disso, manter essa “bela” postura exige habilidade, treino e uma resistência física invejável. Ou seja, é uma postura esteticamente admirável, mas artificial.


    E o que isso nos ensina?
    Posturas artificiais não se sustentam no longo prazo. Uma coisa é certa: dores vão aparecer — seja por negligência postural ou por excesso de correção.

    O esforço exagerado cobra seu preço e, inevitavelmente, leva à mudança.


    A bailarina é um exemplo brilhante de que a postura corporal pode ser perfectível — ou seja, pode ser aprimorada continuamente.

    Uma linda bailarina com uma boa postura, fazendo uma apresentação de balé.

    Mas, como já mencionado, isso exige tempo e treinamento.
    Trabalhar a postura não é diferente.


    É uma busca constante pela melhor organização corporal, com o mínimo de esforço possível.

    Essa habilidade leva anos para ser adquirida e envolve a busca pelo “perfeito” — que, vale lembrar, é definido por cada pessoa.


    Então, seja constantemente perfectível. Evoluir é mais importante do que alcançar um ideal fixo.


    Conclusão

    Cuidar da postura vai muito além de uma questão estética: é um investimento direto na saúde da coluna, músculos e articulações, refletindo também no bem-estar físico e emocional.


    Uma boa postura melhora a respiração, previne dores, aumenta a autoconfiança e contribui para uma vida mais saudável e equilibrada.


    Por outro lado, negligenciar a postura pode gerar consequências sérias, como dores crônicas, lesões e limitações funcionais.


    Felizmente, é possível prevenir e corrigir problemas posturais por meio de hábitos saudáveis, prática regular de exercícios, fortalecimento muscular, alongamentos, cuidados ergonômicos e, quando necessário, acompanhamento profissional.


    Adotar pequenas mudanças no dia a dia, como se sentar corretamente, caminhar de forma leve, respeitar as curvaturas naturais da coluna e reduzir o excesso de esforço involuntário, faz toda a diferença a longo prazo.


    Portanto, dedique atenção à sua postura, pois ela é a base para manter seu corpo alinhado, funcional e saudável ao longo dos anos.

    Texto escrito por

    Douglas Santos

    Fisioterapeuta

  • Lidando com a Dor no Calcanhar  (Fascite Plantar)

    Lidando com a Dor no Calcanhar (Fascite Plantar)

    Tempo de Leitura: 5 minutos

    Dor no Calcanhar

    Se você já acordou pela manhã sentindo uma dor aguda no calcanhar, sabe como pode ser frustrante lidar com a chamada dor no calcanhar (ou fascite plantar). Afinal, esse incômodo afeta cerca de 4 a 7% da população e pode prejudicar muito a qualidade de vida, especialmente em pessoas que passam muito tempo de pé ou praticam atividades físicas de impacto.

    No entanto, a boa notícia é que existem abordagens eficazes e baseadas em evidências para tratar essa condição. Neste post, você vai entender o que é a dor no calcanhar, quais são as causas mais comuns e como gerenciá-la de maneira prática e segura.

    O que é a Dor no Calcanhar?

    A dor no calcanhar , tecnicamente conhecida como fascite plantar, é uma condição caracterizada por dor intensa na parte inferior do calcanhar. Geralmente, o sintoma é mais forte nos primeiros passos após períodos de descanso, assim como ao sair da cama pela manhã. Essa dor é causada pela inflamação ou tensão excessiva na fáscia plantar, um tecido que conecta o calcanhar aos dedos e ajuda a sustentar o arco do pé.

    Essa condição pode afetar qualquer pessoa, mas é mais comum em:

    • Adultos de meia-idade;
    • Pessoas com sobrepeso ou obesidade;
    • Indivíduos que passam longos períodos em pé;
    • Atletas, especialmente corredores.

    Embora seja uma das causas mais frequentes de dor no pé, muitas pessoas demoram a procurar tratamento ou acabam utilizando soluções inadequadas, o que pode prolongar o desconforto.

    O Que Causa a Dor no Calcanhar ?

    Diversos fatores contribuem para o desenvolvimento dessa dor, entre eles:

    • Excesso de carga: Correr ou caminhar longas distâncias, especialmente em superfícies duras, pode sobrecarregar a fáscia plantar.
    • Calçados inadequados: Sapatos sem suporte adequado para o arco do pé aumentam o risco de tensão na região.
    • Alterações no peso corporal: O ganho de peso repentino, como na gravidez, ou um índice de massa corporal elevado (IMC) são fatores de risco.
    • Falta de flexibilidade: Músculos encurtados na panturrilha podem aumentar a tensão na fáscia plantar.

    Entender essas causas é fundamental para evitar que a condição piore. Além disso, conhecer os tratamentos mais adequados pode ajudar a aliviar os sintomas e acelerar a recuperação.

    Como Tratar a Dor no Calcanhar ?

    De acordo com estudos recentes, os melhores tratamentos para a dor no calcanhar plantar envolvem uma combinação de fisioterapia e práticas simples, como alongamentos, mudanças no estilo de vida e, em alguns casos, intervenções mais avançadas, como:

    1. Tratamentos Básicos: O primeiro passo no tratamento é seguir o que especialistas chamam de abordagem central. Essa estratégia inclui três elementos principais com a finalidade de: a) Alongamento da Fáscia Plantar: é uma das intervenções mais eficazes. Você pode fazer isso sentado, puxando os dedos do pé em direção à canela. Isso ajuda a aliviar a tensão acumulada no tecido. b) Taping: O fisioterapeuta pode aplicar Kinesiotaping no pé, para fornecer suporte extra à fáscia e reduzir a dor, especialmente nos primeiros passos do dia. c) Auto-gestão: É essencial aprender como gerenciar a carga nos pés. Isso inclui evitar longos períodos de pé ou atividades de alto impacto. Além disso, calçados confortáveis, com um pequeno salto e bom suporte fazem toda a diferença.

    Essas práticas iniciais deverão ser aplicadas por pelo menos 4 a 6 semanas.

    1. Tratamentos Avançados: Se os sintomas não melhorarem após a fase inicial, outras opções serão incluídas no plano de tratamento: a) Terapia por Ondas de Choque: Essa técnica utiliza ondas de som para estimular a cicatrização do tecido. É indicada para casos crônicos e oferece alívio significativo, principalmente quando outros métodos falharam. b) Uso de Órteses Personalizadas: Órteses feitas sob medida ajudam a redistribuir a pressão no pé, aliviando a carga sobre a fáscia plantar. c) Outras Intervenções Em situações mais graves, abordagens experimentais, como injeções de corticoides, podem ser consideradas. No entanto, essas opções devem ser vistas como último recurso, devido aos riscos associados.

    Por que o Tratamento Individualizado é Importante?

    Dor no Calcanhar

    Cada pessoa é única, e o mesmo vale para os fatores que contribuem para a dor no calcanhar plantar. Por isso, o tratamento deve ser adaptado às necessidades específicas de cada paciente. Por exemplo:

    • Um corredor pode precisar ajustar sua rotina de treinos enquanto utiliza calçados mais adequados.
    • Pessoas com sobrepeso podem se beneficiar de uma abordagem que inclua controle de peso e atividades de baixo impacto.
    • Profissionais que passam o dia em pé devem priorizar calçados ergonômicos e pausas regulares.

    Esse enfoque individualizado aumenta as chances de sucesso e evita complicações a longo prazo.

    É possível Prevenir a Dor no Calcanhar?

    Ninguém está livre de adquirir esse tipo de problema, mas há algumas medidas que ajudam a evitar o desenvolvimento da dor no calcanhar:

    1. Use calçados com bom suporte e amortecimento.
    2. Evite andar descalço em superfícies duras, especialmente se você já teve sintomas no passado.
    3. Faça alongamentos regulares para manter os músculos da panturrilha e a fáscia plantar flexíveis.
    4. Aumente gradualmente a intensidade de suas atividades físicas, evitando mudanças bruscas.
    5. Mantenha um peso corporal saudável para reduzir a pressão nos pés.

    Essas práticas simples podem fazer toda a diferença para manter seus pés saudáveis e sem dor.

    Quanto tempo para curar?

    Varia, pois depende da gravidade do problema e da adesão ao tratamento. Em geral:

            •       Casos leves melhoram significativas em 4 a 6 semanas com tratamentos básicos.
            •       Moderados a graves, necessitam de intervenções adicionais, como a terapia por ondas de choque, levam de 3 a 6 meses para resolver completamente. ainda assim:
            •       Para situações mais crônicas, a recuperação demora até 12 meses.

    Em Resumo

    A dor no calcanhar plantar é uma condição comum, mas que pode ser gerenciada de maneira eficaz com as estratégias certas. Começando por uma abordagem básica que inclui fisioterapia, alongamentos, taping e educação, e progredindo para tratamentos avançados, se necessário, você pode aliviar os sintomas e retomar suas atividades diárias sem desconforto.

    Lembre-se: a chave para o sucesso está na consistência e no acompanhamento com um profissional de saúde. Pois, se você sofre com essa condição, procure ajuda o quanto antes. Quanto mais cedo o tratamento começar, melhores serão os resultados.

    Por fim, cuide dos seus pés! Afinal, eles são o suporte do corpo e merecem atenção especial!

    Artigo escrito por:

    Dr.Douglas Santos

    Fisioterapeuta

    Referências Bibliográficas

    Management of plantar heel pain: a best practice guide informed by a systematic review, expert clinical reasoning and patient values | British Journal of Sports Medicinehttps://bjsm.bmj.com/content/55/19/1106

  • Push-Ups Suspensos: Uma Nova Maneira de Fortalecer seu Corpo

    Push-Ups Suspensos: Uma Nova Maneira de Fortalecer seu Corpo

    Tempo de Leitura: 5 minutos

    Os push-ups, ou flexões de braço, são um dos exercícios mais conhecidos para fortalecer o corpo. Porém, você já ouviu falar dos push-ups suspensos? Esse tipo de exercício utiliza fitas de suspensão para aumentar o desafio e ativar ainda mais os músculos. Recentemente, estudos mostraram que os push-ups suspensos não só fortalecem os braços, mas também são incrivelmente eficazes para treinar os músculos do abdômen.

    Neste artigo, exploramos o que são os push-ups suspensos, seus benefícios, limitações e como você pode incorporá-los ao seu treino. Além disso, trazemos uma análise crítica dos principais resultados de um estudo científico sobre o tema.

    Push-Ups Suspensos

    O que são Push-Ups Suspensos?

    Os push-ups suspensos são uma variação das flexões tradicionais, realizadas com equipamentos de suspensão, como o TRX ou Redcord. Assim, em vez de suas mãos ou pés estarem firmes no chão, eles ficam apoiados em alças que se movem livremente. Isso cria instabilidade, exigindo mais esforço dos músculos estabilizadores, principalmente os do tronco.

    Por exemplo, ao executar um push-up suspenso, além de trabalhar os músculos peitorais e dos braços, você ativa intensamente os músculos abdominais para manter o equilíbrio. Isso faz do exercício uma escolha popular em treinos funcionais e de reabilitação.


    Benefícios dos Push-Ups Suspensos

    Os push-ups suspensos oferecem benefícios específicos que os tornam únicos:

    1. Maior ativação muscular:
      A instabilidade faz com que seus músculos trabalhem mais para estabilizar o corpo durante o movimento.
    2. Fortalecimento do core:
      O estudo que analisamos mostrou que músculos como o reto abdominal e os oblíquos externos tiveram um aumento significativo na espessura (27% e 14%, respectivamente) após 8 semanas de push-ups suspensos.
    3. Melhoria da resistência muscular:
      Durante o treinamento, os participantes conseguiram aumentar em 92% o número máximo de repetições realizadas até a falha.
    4. Exercício funcional:
      Esse tipo de treino imita movimentos naturais, pois, ajuda no desempenho em atividades do dia a dia e esportes.
    5. Baixo impacto:
      Ideal para pessoas que evitam exercícios de impacto, pois reduz a pressão nas articulações.

    Como os Push-Ups Suspensos Funcionam?

    A instabilidade do equipamento de suspensão exige mais do corpo. Enquanto nos push-ups tradicionais o chão oferece suporte estável, no treino suspenso seus músculos trabalham continuamente para evitar que você perca o equilíbrio. Isso não apenas aumenta o esforço, mas também ativa áreas como os músculos abdominais de maneira mais eficaz.

    O estudo revelou que a atividade muscular no reto abdominal durante push-ups suspensos pode atingir até 88% da capacidade máxima, dessa maneira, um valor significativamente maior que em flexões tradicionais.


    Pontos Fortes do Estudo

    1. Metodologia bem definida:
      O estudo seguiu um protocolo claro, com treinos de 8 semanas realizados até a falha, oferecendo resultados consistentes sobre os efeitos do exercício.
    2. Medidas confiáveis:
      Foram utilizados métodos objetivos, como ultrassom para avaliar a hipertrofia muscular e EMG para medir a atividade muscular, aumentando a credibilidade dos dados.
    3. Resultados significativos:
      Houve um aumento expressivo na espessura muscular, especialmente no reto abdominal (+27%) e nos extensores do cotovelo (+16%).
    4. Foco em exercícios funcionais:
      Os push-ups suspensos são apresentados como uma alternativa eficaz para treinar simultaneamente membros superiores e o core, uma abordagem moderna e prática.
    5. Reconhecimento de limitações:
      Os autores destacaram claramente as limitações do estudo, o que demonstra transparência e rigor científico.

    Pontos Fracos do Estudo

    1. Tamanho reduzido da amostra:
      O estudo incluiu apenas 8 participantes no experimento principal, o que limita a generalização dos resultados.
    2. Falta de grupo controle:
      A ausência de comparação com push-ups tradicionais impede conclusões mais completas sobre os benefícios relativos do treino suspenso.
    3. População homogênea:
      Todos os participantes eram homens jovens e fisicamente ativos, o que reduz a aplicabilidade dos resultados para outros grupos, como mulheres, idosos ou iniciantes.
    4. Limitações na força máxima:
      Apesar da hipertrofia, não houve aumento significativo na força máxima (como no supino), indicando que o treino suspenso pode não ser ideal para quem busca esse objetivo.
    5. Curto prazo:
      O estudo abrangeu apenas 8 semanas, sem avaliar a manutenção dos ganhos ao longo do tempo.

    Relevância Prática dos Push-Ups Suspensos

    Os push-ups suspensos são uma excelente ferramenta para:

    • Fortalecer os músculos do core e melhorar a estabilidade corporal.
    • Treinar resistência muscular de forma eficiente e funcional.
    • Complementar programas de reabilitação ou treinos de baixo impacto.
    • Introduzir variação em treinos regulares, aumentando o desafio muscular.

    Por outro lado, eles podem não ser suficientes para quem busca desenvolver força máxima em exercícios como o supino. Nesse caso, combiná-los com treinos tradicionais pode ser a melhor estratégia.


    Como Incluir os Push-Ups Suspensos no Treino?

    Se você está interessado em experimentar esse exercício, siga estas dicas:

    1. Use o equipamento correto:
      Sistemas como TRX ou Redcord são ideais para executar o exercício com segurança.
    2. Postura é essencial:
      Mantenha o corpo alinhado como em uma prancha, evitando deixar o quadril cair ou levantar demais.
    3. Comece devagar:
      Inicie com poucas repetições e concentre-se na técnica antes de aumentar a intensidade.
    4. Combine com outros exercícios:
      Adicione push-ups suspensos ao seu treino funcional para trabalhar diferentes grupos musculares.
    5. Adapte conforme o objetivo:
      Para resistência muscular, execute até a falha. No entanto. para força, combine com exercícios como supino.

    Conclusão

    Os push-ups suspensos são uma opção versátil e eficiente para fortalecer o corpo. Pois, eles oferecem benefícios únicos, como maior ativação muscular e fortalecimento do core, sendo especialmente úteis para treinos funcionais e de resistência.

    No entanto, é importante considerar as limitações do método. Para quem busca ganhos de força máxima, eles devem ser usados como complemento e não substituto de treinos tradicionais. Além disso, iniciantes devem começar com cautela para evitar lesões.

    Experimente incorporar os push-ups suspensos no seu treino e descubra os resultados! E, claro, compartilhe este artigo com amigos que também adorariam saber mais sobre essa técnica inovadora.

    Artigo escrito por:

    Dr.Douglas Santos

    Fisioterapeuta

    Referências Bibliográficas:

    Suspended Push-up Training Augments Size of not only Upper Limb but also Abdominal Muscles

  • Café e Hipertensão: Aliado ou Vilão para a Pressão Arterial?

    Café e Hipertensão: Aliado ou Vilão para a Pressão Arterial?

    Tempo de leitura: 5 minutos

    O consumo de café é uma prática diária para milhões de pessoas ao redor do mundo. Além de ser uma bebida culturalmente significativa, o café desperta debates na ciência por seus potenciais impactos na saúde. Um tema particularmente intrigante é a relação entre o consumo de café e hipertensão arterial.

    Neste artigo, exploramos os achados de uma meta-análise publicada na revista Nutrients em 2023, que investigou a conexão entre café e hipertensão em estudos observacionais. Vamos descobrir se o café é um aliado ou um vilão para quem busca cuidar da saúde cardiovascular.


    O que é a Hipertensão e Por que Preocupar-se com Ela?

    A hipertensão arterial, ou pressão alta, é um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares, incluindo infarto e acidente vascular cerebral. Assim, dados da OMS revelam que mais de 1,2 bilhão de pessoas sofrem com hipertensão, sendo considerada uma condição de saúde global.

    Fatores como dieta rica em sal, obesidade, sedentarismo e consumo excessivo de álcool são conhecidos por aumentar o risco de hipertensão. No entanto, o impacto de alimentos e bebidas como o café ainda é controverso, e novos estudos continuam a lançar luz sobre esse tema.


    A Meta-Análise de 2023: Como foi Feita e o que Descobriu

    A meta-análise conduzida por Haghighatdoost e colaboradores revisou 25 estudos observacionais sobre o consumo de café e hipertensão. Em suma, esses estudos incluíram mais de 463.000 participantes de diferentes partes do mundo, abrangendo tanto estudos de coorte quanto estudos transversais.

    Metodologia da pesquisa

    Os pesquisadores usaram bases científicas como PubMed e Web of Science para buscar estudos publicados até 2023. Os critérios de inclusão foram rigorosos:

    • Estudos realizados em adultos (≥18 anos);
    • Avaliação do risco de hipertensão com base no consumo de café;
    • Dados claros sobre consumo de café e diagnóstico de hipertensão;
    • Estudos observacionais (coorte ou transversais).

    Resultados principais

    1. Estudos de coorte: O maior consumo de café foi associado a uma redução de 7% no risco de hipertensão.
    2. Estudos transversais: A relação foi ainda mais expressiva, com uma redução de 21% no risco entre consumidores regulares de café.

    Apesar desses achados promissores, os resultados variaram dependendo de fatores como:

    • Região geográfica: Nos Estados Unidos, o café teve um impacto mais protetor. Na Europa e Ásia, a associação foi menos clara.
    • Gênero: Mulheres pareciam obter mais benefícios do café do que homens.
    • Quantidade consumida: Três ou mais xícaras diárias mostraram maior potencial de proteção.

    Por que o Café Pode Reduzir o Risco de Hipertensão?

    Embora a cafeína seja conhecida por aumentar temporariamente a pressão arterial, o café contém outros compostos que podem ter efeitos benéficos. Entre eles, destacam-se:

    • Polifenóis e antioxidantes: Compostos como os ácidos clorogênicos ajudam a combater inflamações e melhoram a saúde vascular.
    • Nutrientes como potássio e magnésio: Podem auxiliar na regulação da pressão arterial.
    • Efeitos na insulina: O café pode melhorar a sensibilidade à insulina, reduzindo o risco de condições relacionadas, como hipertensão.

    Além disso, a tolerância à cafeína, que ocorre em consumidores habituais, pode reduzir seus efeitos hipertensivos.


    Fatores que Influenciam os Resultados

    A relação entre café e hipertensão não é uniforme pois, depende de várias condições, como:

    1. Diferenças genéticas

    Algumas pessoas metabolizam a cafeína mais rapidamente do que outras. Isso pode influenciar a resposta do corpo ao café.

    2. Tipo de café e método de preparo

    O café filtrado, por exemplo, contém menos substâncias lipídicas que podem aumentar o colesterol, em comparação ao café não filtrado. O impacto na pressão arterial pode variar com base nesses métodos.

    3. Estilo de vida

    Fatores como dieta geral, nível de atividade física e tabagismo também desempenham um papel importante na relação entre café e hipertensão.


    As Limitações do Estudo

    Embora robusto, o estudo reconhece algumas limitações:

    • Heterogeneidade entre estudos: Diferenças nos métodos de coleta de dados e no diagnóstico de hipertensão podem afetar os resultados.
    • Natureza observacional: Os estudos não provam causalidade, apenas associação.
    • Confusão por outros fatores: Variáveis como ingestão de sódio ou estilo de vida nem sempre foram controladas adequadamente.

    Apesar disso, a análise é um passo importante para compreender o impacto do café na saúde cardiovascular.


    Recomendações Práticas: Beber Café com Moderação

    Com base nas evidências disponíveis, o café pode ser parte de um estilo de vida saudável, mas a moderação é fundamental. Aqui estão algumas dicas:

    1. Consuma de forma regular, mas moderada: Até três xícaras por dia parecem oferecer benefícios sem riscos significativos.
    2. Observe sua resposta individual: Se você notar elevações na pressão arterial após consumir café, considere reduzir a quantidade ou optar por versões descafeinadas.
    3. Evite excessos: Consumir café em excesso pode causar efeitos adversos, como ansiedade e insônia.

    Finalizando

    A relação entre o consumo de café e a hipertensão é intrigante e multifacetada. Esta meta-análise de 2023 oferece evidências promissoras de que o café pode ter um papel protetor contra a pressão alta, especialmente em consumidores habituais.

    Embora os resultados sejam animadores, é importante considerar fatores individuais e manter um estilo de vida equilibrado. Ainda assim, consulte um profissional de saúde antes de fazer mudanças significativas na sua dieta.

    Gostou do artigo? Compartilhe suas opiniões nos comentários e continue acompanhando o blog para mais insights , principalmente, sobre saúde e bem-estar!

    Artigo escrito por:

    Dr.Douglas Santos

    Fisioterapeuta

    Referências Bibliográficas:

    Coffee Consumption and Risk of Hypertension in Adults: Systematic Review and Meta-Analysis

  • Colete para Escoliose, Funciona?

    Colete para Escoliose, Funciona?

    Tempo de leitura: 14 minutos

    Colete para Escoliose

    Em 2013, um grupo de pesquisadores conduziu um estudo com 242 adolescentes que apresentavam escoliose moderada. Todos tinham curvas entre 25 e 50 graus de ângulo de Cobb e maturação esquelética incompleta. Os pesquisadores dividiram os participantes em dois grupos: um grupo utilizou o colete para escoliose por 18 horas diárias, enquanto o outro foi apenas observado, sem intervenção.

    Os pesquisadores interromperam o estudo precocemente devido à eficácia comprovada do colete. Os resultados mostraram que 72% dos adolescentes que usaram o colete melhoraram significativamente, em comparação com 48% dos que apenas monitoraram.

    A diferença entre os grupos foi tão expressiva que os pesquisadores concluíram que não seria ético continuar o estudo, visto que o uso do colete demonstrava resultados muito superiores à simples observação.

    Outro ponto importante observado foi a relação direta entre o número de horas de uso diário do colete e os benefícios obtidos. Ou seja, quanto mais horas o paciente utiliza o colete, maior é a chance de sucesso no tratamento.

    Portanto, para escolioses moderadas, o colete funciona de forma eficaz. Ele é uma ferramenta valiosa para corrigir curvas e prevenir a progressão da escoliose.

    O que é o colete para escoliose?

    O colete para escoliose é um dispositivo ortopédico personalizado, fabricado com materiais termoplásticos, utilizado para controlar a curvatura da coluna vertebral em pessoas com escoliose. Essa condição caracteriza-se por uma curvatura anormal da coluna, geralmente em formato de “S” ou “C”, e ocorre com maior frequência durante a adolescência, especialmente na fase de crescimento acelerado.

    A principal função do colete é exercer pressão específica em áreas estratégicas da coluna, ajudando a minimizar ou estabilizar a curvatura e evitar sua progressão.

    Quando indicam o colete ?

    O tratamento com o colete é uma abordagem não cirúrgica, indicada principalmente para crianças e adolescentes em fase de crescimento. Em muitos casos, o uso correto pode prevenir o agravamento da escoliose e reduzir a necessidade de intervenções cirúrgicas no futuro. O ortesista faz o dispositivo sob medida, adaptado à anatomia e à localização da curva de cada paciente, o que melhora o conforto e a eficácia do tratamento.

    Como funciona o tratamento?

    A eficácia do colete depende da disciplina do paciente em usá-lo pelo tempo diário recomendado, conforme orientação médica. Uma equipe multidisciplinar composta por um ortesista, um médico e um fisioterapeuta realiza o acompanhamento. Esses profissionais monitoram a evolução do tratamento e ajustam o dispositivo conforme necessário.

    Benefícios do uso do colete

    O uso adequado do colete contribui para uma postura mais alinhada, ajuda a evitar complicações futuras e em muitos casos evita a cirurgia na coluna. A dedicação ao tratamento desempenha um papel essencial para alcançar os melhores resultados e prevenir o avanço da curvatura da coluna.

    Tipos de colete para escoliose

    Existem diversos tipos de coletes para escoliose, cada um projetado para atender diferentes necessidades e corrigir variações específicas nas curvas da coluna. Conhecer as características de cada modelo ajuda a determinar o mais adequado para cada caso.

    Milwaukee

    O colete Milwaukee é um dos primeiros modelos desenvolvidos para o tratamento da escoliose. Os médicos indicam este colete principalmente para curvas localizadas na parte superior da coluna vertebral. Este dispositivo possui uma estrutura que vai do pescoço até a pelve, oferecendo um suporte extenso e eficaz. Contudo, sua aparência menos discreta e conforto limitado podem dificultar a adesão ao uso.

    Boston

    Os Ortesistas utilizam o colete Boston amplamente para corrigir curvas localizadas na região lombar e torácica. Ele cobre a parte inferior do tronco, garantindo maior conforto e aceitação estética, especialmente entre adolescentes. O ortesista fabrica o colete de Boston em plástico, tornando-o discreto e permitindo que o paciente o use sob a roupa, o que o torna uma opção popular.

    Charleston

    Originalmente projetado para ser utilizado apenas durante o sono, o colete Charleston evoluiu e hoje também pode ser usado de forma integral. Os profissionais indicam esse modelo para curvas específicas e destacam como vantagem a flexibilidade de uso, que se adapta às necessidades do paciente.

    3D Rigo Cheneau

    O colete 3D Rigo Cheneau é uma opção moderna e altamente personalizável. Fabricado por poucos profissionais no Brasil. Ele se ajusta perfeitamente à anatomia da coluna do paciente, promovendo correção em múltiplos planos. Além disso, o design ergonômico garante maior conforto durante o uso. Este modelo é ideal para casos mais específicos e oferece um ajuste dinâmico e eficaz.

    Para quem o médico indica o colete para escoliose??

    O colete para escoliose é uma solução eficaz para estabilizar ou corrigir a curvatura da coluna vertebral, especialmente durante as fases de crescimento. No entanto, sua indicação depende de fatores específicos, como idade, grau da curva e estágio de maturidade esquelética do paciente.

    Crianças e adolescentes

    Colete para Escoliose

    Médicos recomendam o colete principalmente para crianças e adolescentes com curvas significativas na coluna e que ainda estão em fase de crescimento. Este grupo se beneficia mais do tratamento, pois o dispositivo pode impedir a progressão da curva enquanto o corpo ainda está em desenvolvimento.

    A literatura indica para curvas entre 25 e 45 graus de ângulo de Cobb. Em casos de curvas menores, o acompanhamento regular pode ser suficiente, enquanto curvas mais graves podem exigir intervenção cirúrgica. Além disso, o uso correto do colete contribui para melhorar a postura e prevenir complicações futuras.

    Pacientes adultos

    Embora seja menos comum, o colete também pode ser indicado para adultos, mas com objetivos diferentes. Profissionais de saúde utilizam o colete em pacientes mais velhos principalmente para fornecer suporte adicional e aliviar dores relacionadas à escoliose. A correção estrutural significativa, no entanto, é menos esperada nesta fase da vida.

    Adultos podem usar o colete em situações específicas, como durante atividades que exigem esforço extra da coluna. Ele também pode ser indicado para pacientes com contraindicações à cirurgia, funcionando como uma alternativa paliativa. Nesses casos, o uso é geralmente limitado a um máximo de 6 horas por dia, para garantir conforto e evitar efeitos colaterais indesejados.

    Importância do acompanhamento

    Independentemente da idade, a indicação do colete deve ser feita por uma equipe especializada, composta por ortopedistas, fisioterapeutas e ortesistas. O acompanhamento regular é essencial para ajustar o tratamento conforme necessário e garantir a eficácia do dispositivo.

    Como saber se o colete está funcionando?

    Utilizar um colete bem ajustado e sob medida é essencial para o sucesso do tratamento da escoliose. Entretanto, usar um dispositivo inadequado pode gerar desconforto, custos desnecessários e, ainda pior, a ineficácia no controle da curva. Para evitar essas situações, é fundamental que o colete seja avaliado por uma equipe multidisciplinar, composta por médico, ortesista e fisioterapeuta.

    Embora médicos e fisioterapeutas não fabriquem órteses, eles têm o conhecimento necessário para verificar se o aparelho está desempenhando sua função corretamente. Essa avaliação em conjunto oferece segurança ao paciente, garantindo que o colete escolhido esteja realmente funcionando.

    Acompanhamento com exames de imagem

    Além da análise clínica, exames de imagem, como radiografias, são ferramentas indispensáveis para monitorar a evolução do tratamento. Os profissionais as solicitam periodicamente, tanto com o paciente usando o colete quanto sem ele. Essa comparação ajuda a determinar se o dispositivo está estabilizando ou corrigindo a curvatura da coluna.

    Mudanças na postura

    Outro indicador importante é a melhoria no alinhamento postural do paciente. Embora essas mudanças possam ser sutis no início do tratamento, são sinais encorajadores de que o colete está desempenhando seu papel. Consultas regulares e o acompanhamento médico são fundamentais para identificar essas alterações e realizar ajustes no dispositivo, caso necessário.

    Tempo ideal de uso do colete

    O tempo recomendado de uso do colete varia conforme a gravidade da escoliose, a idade do paciente e as orientações médicas. Estudos sugerem que ele seja utilizado entre 18 e 23 horas por dia, sendo retirado apenas para higiene pessoal e, em alguns casos, para a prática de atividades físicas supervisionadas.

    Esse regime exige disciplina, mas é crucial para o sucesso do tratamento. Estudos demonstram que quanto maior o número de horas de uso diário, maior a eficácia do colete na estabilização e correção da curva.

    Uso noturno: uma abordagem promissora

    Um estudo recente investigou o uso do colete apenas durante o período noturno e obteve resultados promissores. Entre os 45 pacientes avaliados, 76% apresentaram sucesso no tratamento. Embora a amostra seja pequena, essa abordagem pode ser uma alternativa para pacientes que enfrentam dificuldades com o uso prolongado do colete.

    Seguir rigorosamente as orientações médicas e comparecer às consultas regulares são passos indispensáveis para o sucesso do tratamento. Com comprometimento e acompanhamento adequado, o colete pode trazer benefícios significativos para a saúde e a qualidade de vida do paciente.

    Qual é o melhor colete para escoliose?

    O melhor colete para escoliose é aquele que atende às necessidades específicas do paciente, levando em consideração a tridimensionalidade da escoliose e as direções corretas de correção. É fundamental que o colete não interfira na respiração do paciente. Por exemplo, não adianta corrigir a curvatura da coluna se o colete está prejudicando a funcionalidade do paciente.

    A escolha do colete deve considerar vários fatores, como a rigidez ou flexibilidade da curvatura, a idade do paciente, para garantir os melhores resultados possíveis, ao mesmo tempo em que minimiza o impacto na rotina do paciente. Para isso, é importante contar com a orientação de uma equipe multidisciplinar, incluindo ortopedista, fisioterapeuta e ortesista, para determinar o colete mais adequado.

    Cuidados ao usar o colete para escoliose

    O uso do colete para escoliose exige cuidados especiais para evitar desconforto e garantir sua eficácia. Manter o colete sempre limpo e seco é essencial para prevenir o acúmulo de suor, que pode causar irritações na pele. Uma boa prática é usar uma camiseta de algodão por baixo do colete, o que ajuda a proteger a pele e reduzir o atrito.

    Durante o uso do colete, trabalhe o corpo fugindo dos pontos de pressão do colete. Não use o colete como apoio. Um trabalho ativo do corpo dentro do colete é fundamental.

    O ajuste correto do colete também é crucial. O colete deve estar firme, mas sem causar dor ou dificuldade para respirar. Com o tempo, à medida que o corpo do paciente muda, o ortopedista pode precisar revisar o ajuste do colete para garantir que ele continue eficaz.

    Procure colocar o colete sempre na posição deitada. Isso facilita a colocação e o ajuste de pressão pelas presilhas.

    Além disso, é fundamental que o paciente não retire o colete sem orientação médica, pois o uso regular e contínuo é necessário para o sucesso do tratamento. Em casos em que o paciente cresceu mais de 5 centímetros durante o tratamento e ainda tem previsão de continuar crescendo, é extremamente importante revisar ou até mesmo substituir o colete para garantir a eficácia do tratamento.

    Colete para Escoliose e Atividade Física

    A prática de atividade física é altamente benéfica para pacientes que utilizam o colete para escoliose. Exercícios como natação, Pilates e outras atividades ajudam a fortalecer a musculatura ao redor da coluna, promovendo estabilidade e complementando o efeito do colete. Contudo, é essencial que essas atividades sejam supervisionadas por um profissional de saúde para evitar movimentos que possam prejudicar o alinhamento da coluna.

    A pratica esportiva deve ser incentivada. Não há evidências de que o esporte, mesmo os assimétricos como tênis ou handebol, piorem a escoliose.

    É importante que o colete seja retirado durante os exercícios físicos, permitindo maior liberdade de movimento e garantindo que o paciente consiga realizar os movimentos de forma adequada. A prática regular de atividades físicas contribui para uma reabilitação mais eficiente, ajudando o corpo a se tornar mais equilibrado, forte e resistente. Além disso, a combinação do colete com a atividade física pode resultar em uma melhoria significativa na qualidade de vida do paciente.

    Quanto custa um colete?

    O preço de um colete para escoliose pode variar bastante. O custo depende de fatores como a marca, o tipo de colete, e principalmente a experiência do ortesista. Além disso, a tecnologia utilizada na confecção do colete também influencia o preço. Atualmente, há modelos sendo feitos até mesmo com impressoras 3D, o que pode influenciar o custo.

    Em média, o valor dos coletes varia entre R$ 3.000 e R$ 7.000, mas o preço pode ser ainda mais elevado dependendo de outros fatores, como a cidade em que o colete é confeccionado. Cidades com custo de vida mais alto tendem a apresentar preços mais elevados.

    É importante correlacionar o preço do colete com a experiência do ortesista e a distância de confecção. Embora haja pacientes que utilizem uma única órtese durante todo o tratamento, existem aqueles que precisam trocar de colete mais de uma vez. Em quaisquer situação, a experiência do ortesista deve ser priorizada, pois a qualidade do trabalho é essencial para garantir que o colete atenda às necessidades do paciente.

    Colete Boston vs. 3D Rigo Cheneau

    Um estudo comparativo entre os coletes Boston e 3D Rigo Cheneau demonstrou que ambos são eficazes para minimizar e impedir a progressão da escoliose em adolescentes. No entanto, o colete 3D Rigo Cheneau se mostrou mais eficaz, apresentando melhores resultados no controle da curvatura.

    Quando Retirar o Colete?

    A retirada do colete para escoliose deve ser uma decisão tomada pela equipe de tratamento, considerando o estágio de maturidade esquelética do paciente. Isso significa que a retirada ocorre quando o crescimento ósseo é concluído e a curva da coluna está estabilizada. Esse é um momento importante na jornada do paciente, indicando o fim da fase intensiva de correção com o colete.

    Atualmente, existe um debate sobre a melhor abordagem para a retirada do colete: gradual ou imediata. Os profissionais recomendam a retirada gradual para permitir que o corpo se adapte aos novos padrões posturais sem perder os ganhos de correção. No entanto, um estudo recente comparou pacientes que realizaram a retirada gradual com aqueles que a fizeram imediatamente e não encontrou diferença estatisticamente significativa entre os dois grupos. Isso sugere que, para muitos pacientes, a retirada imediata pode ser igualmente eficaz.

    O estudo é relevante, pois ajuda os clínicos a tomar decisões mais informadas sobre o desmame da órtese, equilibrando as necessidades do paciente com a evidência científica disponível.

    A retirada do colete marca uma conquista significativa para o paciente, refletindo seu comprometimento com o tratamento e simbolizando o início de uma nova fase em sua recuperação.

    Por que Mesmo com o Colete Minha Escoliose Piorou?

    A escoliose é uma condição complexa, e ainda há muitas perguntas sem resposta sobre porque algumas curvas não respondem aos tratamentos conservadores. Em muitos casos, seria fácil culpar a órtese ou questionar a qualidade do colete, ou até mesmo atribuir a culpa à fisioterapia. No entanto, a realidade é mais complexa.

    Infelizmente, existem casos em que o paciente segue corretamente todas as orientações: detecta a condição precocemente, recebe o melhor tratamento fisioterapêutico, utiliza o colete de forma disciplinada e ainda assim a escoliose evolui. Esses casos são conhecidos como escolioses caóticas, nas quais o tratamento conservador não é eficaz, e a única opção para interromper a progressão é a cirurgia. Essa condição ocorre por razões que ainda não são totalmente compreendidas, mas que fazem parte da complexidade dessa doença.

    Artigo escrito por:

    Dr.Douglas Santos

    Fisioterapeuta

    Referencias bibliográficas:

    Effects of Bracing in Adolescents with Idiopathic Scoliosis | New England Journal of Medicine

    A comparison between Boston brace and European braces in the treatment of adolescent idiopathic scoliosis (AIS) patients: a systematic review based on the standardised Scoliosis Research Society (SRS) inclusion criteria for brace treatment

    Nighttime Bracing or Exercise in Moderate-Grade Adolescent Idiopathic Scoliosis. A Randomized Clinical Trial

    Immediate vs Gradual Brace Weaning Protocols in Adolescent Idiopathic Scoliosis.  Randomized Clinical Trial

  • Comportamento Sedentário

    Comportamento Sedentário

    Tempo de leitura: 6 minutos

    Sedentarismo é um tema sempre muito discutido nas políticas de saúde, mas você já ouviu falar sobre comportamento sedentário? Nós abordamos esse assunto em um breve diálogo com uma de nossas pacientes, que nos procurou para sair desse tipo de comportamento.

    Amanda entrou na clínica com um sorriso nervoso, ajeitando a bolsa no ombro enquanto olhava ao redor. Era sua primeira consulta para uma avaliação de Pilates, e parecia um pouco apreensiva. O que é normal para quem vai iniciar uma aula experimental.

    — Seja bem-vinda, Amanda! Está pronta para nossa aula experimental de Pilates? — perguntei com entusiasmo.

    — Estou sim, Maite, mas confesso que me sinto um pouco insegura — respondeu Amanda, sorrindo timidamente. — Tenho passado tanto tempo sentada que até perdi o ritmo das atividades físicas.

    Sentei-me ao seu lado, com uma expressão compreensiva.

    — Eu entendo completamente. É normal sentir-se assim, mas saiba que sua preocupação já é um ótimo primeiro passo. Que tal começarmos falando um pouco sobre o sedentarismo?

    O Que é Sedentarismo?

    Amanda franziu o cenho, curiosa.

    — Sempre ouço dizer que estou “sedentária”, mas, sinceramente, o que isso significa exatamente?

    Respirei fundo, pronta para explicar, pois a conversa seria longa, o que eu adoro!

    — O sedentarismo é, basicamente, a falta de atividade física suficiente para manter a saúde. Para ser considerada ativa, uma pessoa deve realizar pelo menos 150 minutos de atividade leve a moderada por semana, o que equivale a uns 30 minutos de uma caminhada rápida, cinco vezes na semana. Quando não atingimos esse mínimo, podemos dizer que somos classificados como “sedentários”.

    — Então, só por não fazer exercícios regularmente, já posso ser considerada sedentária? — perguntou Amanda.

    — Exato! Mas existe uma diferença entre sedentarismo e o que chamamos de comportamento sedentário, que é algo um pouco diferente e tem um impacto específico na saúde, especialmente quando passamos muitas horas sentados.

    Comportamento Sedentário

    Diferença Entre Sedentarismo e Comportamento Sedentário

    Curiosa, Amanda inclinou-se para frente.

    — Comportamento sedentário?

    — Sim! — respondi com um sorriso. — Sedentarismo, como mencionei, é a falta de atividade física suficiente para gastar energia. Já o comportamento sedentário está relacionado ao tempo em que permanecemos sentados ou deitados enquanto estamos acordados, realizando atividades de baixo gasto energético. Ou seja, você pode até fazer seus 30 minutos de atividade por dia e ainda assim ter um comportamento sedentário se passa muitas horas sentada.

    — Interessante. Eu trabalho sentada o dia todo, então provavelmente isso se aplica a mim, certo?

    — Sim! Muitas pessoas que trabalham em escritórios ou que passam muito tempo em atividades sedentárias podem apresentar altos níveis de comportamento sedentário, mesmo se praticarem alguma atividade física no dia.

    Os Perigos do Comportamento Sedentário

    Amanda mordeu o lábio, começando a entender a seriedade do assunto.

    — E quais são os riscos de passar tanto tempo sentada?

    Ajustei-me na cadeira, assumindo um tom mais sério.

    Estudos revelam que algumas pessoas trabalham suas 8 horas por dia sentadas, saem do trabalho e vão para casa, onde permanecem por horas assistindo aos seus programas favoritos. Se essa pessoa passa 4 horas ou mais assistindo TV, são 16 horas praticamente sem gasto energético. Essa associação entre tempo sentado e consumo de alimentos pouco saudáveis pode ser letal. Estudos mostram que mais de 3 ou 4 horas diárias assistindo TV e mais de 7 horas sentadas em qualquer atividade são prejudiciais e podem aumentar a mortalidade.

    Amanda arregalou os olhos.

    — Nossa, não imaginava que era tão sério.

    — Sim, infelizmente é. E o problema é que muita gente não percebe os efeitos disso até desenvolver um problema de saúde.

    Quem São as Pessoas Mais Afetadas?

    Amanda parecia pensativa.

    — Então, pessoas que trabalham sentadas estão mais vulneráveis?

    — Exatamente. Profissionais que passam o dia no computador, em reuniões ou em atividades que exigem pouca movimentação, como professores, contadores e até motoristas, são mais vulneráveis ao comportamento sedentário. Mesmo fazendo uma caminhada ou aula de ginástica, passam muitas horas sentados diariamente.

    Amanda suspirou.

    — É como se fosse impossível escapar.

    — Não é impossível, mas realmente é um desafio. A boa notícia é que existem formas de reduzir o tempo que passamos sentados.

    Como Reduzir o Tempo Sentado no Trabalho?

    Amanda inclinou-se, interessada.

    — E o que posso fazer no meu trabalho para reduzir esse tempo?

    Sorrio, animada com o engajamento dela.

    — Existem várias estratégias! Primeiro, tente se levantar a cada 30 minutos. Pode ser para pegar um copo d’água, atender uma chamada em pé ou até fazer alguns alongamentos. Outra dica é ajustar sua estação de trabalho, como usar uma mesa regulável para alternar entre trabalhar sentada e em pé. Estudos mostram que pequenas mudanças assim fazem uma grande diferença.

    — Isso faz sentido. Acho que poderia tentar essas pausas de meia em meia hora. Também posso arrumar uma mesa ajustável — Amanda refletiu.

    — Com certeza! Além disso, incorporar uma breve caminhada durante o intervalo de almoço ou fazer alongamentos no próprio escritório pode ajudar. A ideia é quebrar o tempo sentado e evitar longos períodos ininterruptos.

    Doenças Comuns Causadas pelo Comportamento Sedentário

    Amanda parecia absorver todas as informações com interesse.

    — E quais são as doenças mais comuns ligadas a isso?

    — Uma das mais comuns é a lombalgia, aquela dor na parte inferior das costas, causada pelo enfraquecimento muscular e pela pressão nos discos da coluna. O comportamento sedentário também está associado ao aumento de peso, hipertensão, doenças cardíacas e até diabetes tipo 2.

    Amanda suspirou novamente, com um toque de preocupação no olhar.

    — É muita coisa para se preocupar, não é?

    — É sim, mas você está aqui hoje, e isso já é um ótimo primeiro passo!

    Como o Pilates Pode Ajudar?

    — E é aí que o Pilates entra! Como uma atividade de condicionamento físico, o Pilates fortalece os músculos, melhora a postura e ajuda a mobilizar o corpo todo. Além disso, o Pilates promove flexibilidade e consciência corporal, essenciais para quem passa muito tempo sentado.

    Amanda abriu um sorriso, parecendo mais aliviada.

    — Sério? Achei que era mais um exercício para alongamento.

    — Vai muito além disso. O Pilates trabalha força, equilíbrio e controle, o que é ideal para combater os efeitos negativos do comportamento sedentário.

    — Parece incrível! E, pelo que vejo, será mais do que só exercício para mim. Vai ajudar com meu bem-estar em geral — comentou Amanda, empolgada.

    — Exato! O Pilates ajuda você a reconectar-se com o próprio corpo, pois contribui para uma vida mais saudável e ativa.

    Iniciando a Jornada com Pilates

    — Então, Amanda, pronta para começar? — pergunto, com um brilho nos olhos.

    — Sim! Estou motivada para iniciar essa mudança — respondeu Amanda, confiante.

    — Ótimo! Vamos fazer isso com calma e paciência. Com o tempo, você vai perceber os benefícios de um corpo mais forte, flexível e em movimento. Vamos transformar o Pilates em uma rotina que você realmente goste! O comportamento sedentário é um assunto mais sério do que aparenta, e estudos mostram que praticar de 150 a 300 minutos de exercício físico pode ajudar a amenizar os efeitos. Mesmo assim, é importante ficar atento ao tempo sem atividade física. Equilibrar essa balança exige esforço, mas os benefícios para a saúde fazem valer a pena.

    Referências:

    Sedentary behaviour and risk of all-cause, cardiovascular and cancer mortality, and incident type 2 diabetes: a systematic review and dose response meta-analysis.

    Effectiveness of an intervention for reducing sitting time and improving health in office workers: three arm cluster randomised controlled trial BMJ 2022; 378 doi: https://doi.org/10.1136/bmj-2021-069288 (Published 17 August 2022) Cite this as: BMJ 2022;378:e069288

    Artigo escrito por:

    Dr.Douglas Santos

    Fisioterapeuta

  • Tendinite do Supraespinhoso: O que é?

    Tendinite do Supraespinhoso: O que é?

    Tempo de Leitura: 6minutos

    “Olá, Emili! Como você está?” Cumprimento-a com um sorriso acolhedor enquanto a conduzia para a sala de consulta. _Estou bem, mas esse ombro… Está difícil. Pois, tenho tido bastante dor ao levantar o braço,” Emili respondeu, parecendo desconfortável. O médico disse que é Tendinite do Supraespinhoso.

    “Pela sua descrição sem dúvida que o diagnóstico do médico está correto. Vamos conversar sobre isso com calma. Esse é um problema comum que afeta muita gente, especialmente aqueles que fazem movimentos repetitivos com os braços acima da cabeça.”

    “Sim, é isso mesmo! O que exatamente é essa tendinite?” Emili perguntou.

    “A tendinite do Supraespinhoso é uma inflamação de um dos tendões do ombro, especificamente o tendão do músculo Supraespinhal. Ele faz parte de um grupo de músculos conhecidos como manguito rotador. Esse tipo de tendinite pode gerar muita dor e limitar o movimento.”

    O Tendão do Supraespinhoso e o Manguito Rotador

    “Manguito o que??” Emili quis saber, tentando entender melhor a anatomia do ombro.

    “Todo tendão conecta o músculo ao osso, o que permite o movimento do membro. No entanto, esse músculo integra um conjunto de músculos conhecidos como manguito rotador. Ou seja, eles são estruturas muito importantes para promover a estabilidade do ombro durante os movimentos.”

    “Então o manguito rotador é como um grupo de músculos e tendões que cuidam do ombro?” Emili perguntou, interessada.

    “Isso mesmo! O manguito rotador é formado por quatro músculos principais: o Supraespinhoso, o Infraespinhoso, o Subescapular e o redondo menor. Cada um desses músculos tem um papel específico, mas, juntos, eles estabilizam e auxiliam na coordenação dos movimentos da articulação do ombro, permitindo movimentos amplos e seguros.

    Tendinite do Supraespinhoso: O que é?

    Causas da Inflamação: Uso Excessivo e Problemas Biomecânicos

    “E o que causa essa inflamação?” Emili questionou, ansiosa para entender como a condição se desenvolveu.

    “Essa é uma ótima pergunta. Existem algumas causas comuns para a tendinite do Supraespinhoso. A primeira é o uso excessivo, especialmente em atividades que exigem movimentos repetitivos do braço, como levantar peso, pintar paredes ou até praticar esportes como o tênis ou natação,”

    “Eu pratico natação! Será que foi isso?” Emili perguntou, preocupada.

    “É possível. Mas, além do uso excessivo, também temos causas biomecânicas, como problemas de postura ou desalinhamentos na articulação do ombro, falha na coordenação, e até problemas anatômicos que contribuem para aumentar a pressão sobre o tendão. Quando isso acontece, o corpo acaba forçando o Supraespinhoso a trabalhar mais do que o normal, o que pode levar à inflamação.”

    “Então, é uma combinação de fatores que sobrecarregam o tendão?

    “Exatamente! É como se o tendão fosse sobrecarregado com frequência além do limite, repetidas vezes, até começar a causar micro lesãoes no tendão.” O corpo tentará reparar essas micro lesões e isso tem um preço, pois toda tentativa de reparo envolve inflamação e toda inflamação gera dor.

    Esse tipo de problema pode surgir gradativamente até manifestar os sintomas. Além disso, quedas de mal jeito, também impactam esse tendão, levando a uma inflamação. Por isso, a história que o paciente nos conta sobre como a dor começou é muito importante para o tratamento adequado.

    Sintomas da Tendinite do Supraespinhoso

    “Quais são os sintomas mais comuns dessa tendinite?” Emili perguntou, querendo saber se os dela eram típicos.

    “Bem, a dor ao levantar o braço, especialmente acima da linha do ombro, é um dos sintomas mais comuns. Algumas pessoas também sentem dor ao fazer movimentos específicos ou ao dormir sobre o ombro afetado. Em casos mais avançados, pode haver até uma sensação de fraqueza no braço, dificultando atividades que antes pareciam fáceis.”

    “Isso é bem o que estou sentindo,” Emili confirmou, aliviada em saber que os sintomas eram normais.

    Pessoas Mais Afetadas pela Tendinite do Supraespinhoso

    “Essa tendinite afeta algum grupo específico?” Emili quis saber.

    “Sim, pessoas que realizam atividades que envolvem o uso constante do ombro têm maior chance de desenvolver tendinite do Supraespinhoso. Isso inclui trabalhadores como pintores, carpinteiros, atletas que jogam tênis, nadadores, ou mesmo pessoas que passam muito tempo no computador com postura inadequada.”

    “Eu nunca imaginei que um problema assim pudesse surgir na natação. Sempre achei que o esporte ajudava a fortalecer o corpo,” Emili comentou.

    “O esporte ajuda, sim, mas o excesso ou a falta de técnica na execução de certos movimentos pode gerar sobrecarga em algumas estruturas.”

    A Tendinite do Supraespinhoso Tem Cura?

    “Fico preocupada em saber se isso tem cura. Será que vou me recuperar completamente?” Emili questionou, com um toque de apreensão.

    “Pode ficar tranquila, Emili! Esse tipo de problema tem, sim, cura. O segredo está em seguir o tratamento direitinho e ter paciência. A fisioterapia será fundamental para reduzir a inflamação e fortalecer os músculos ao redor do ombro, garantindo uma recuperação sólida.”

    “Que alívio ouvir isso! Pois, vou fazer tudo direitinho,” Emili respondeu, determinada.

    Tratamento e Tempo de Recuperação

    “E como funciona o tratamento? Quanto tempo leva para eu ficar boa?”  

    O tratamento pode ser conservador ou cirúrgico. Tudo dependerá da magnitude da lesão do tendão supraespinhoso.

    “O tratamento conservador, geralmente envolve sessões de fisioterapia, onde trabalharemos com técnicas para reduzir a inflamação, melhorar a mobilidade e flexibilidade, corrigir quaisquer desequilíbrios musculares ou posturais que possam contribuir para a tendinite. Podemos também utilizar exercícios específicos para fortalecer a musculatura. Medicamentos anti-inflamatórios prescritos pelos médicos são de grande valor no tratamento.”

    No entanto, com a persistência da dor, o paciente é orientado a retornar para o médico ortopedista, que fará uma investigação mais detalhada. Em casos onde é constatado a ruptura parcial do tendão, onde o tratamento conservador falhou, a cirurgia para reparo do tendão pode ser recomendada.

    “E quanto tempo leva pra curar?” Emili perguntou.

    “Normalmente, a recuperação pode variar de algumas semanas a alguns meses, dependendo da gravidade da tendinite e da resposta ao tratamento. Alguns casos leves podem se resolver em cerca de quatro a seis semanas, enquanto casos mais avançados podem levar três meses ou mais. Tudo depende de uma série de variáveis que constatamos ao avaliar o paciente.”—

    A Importância do Autocuidado e Paciência no Tratamento

    “Preciso tomar algum cuidado específico no dia a dia?” Emili quis saber, preocupada em acelerar sua recuperação.

    “Sim, é importante evitar atividades que sobrecarreguem o ombro até ele estar recuperado. Principalmente não realizar movimentos que provocam a dor. Também vamos trabalhar na sua postura e na consciência corporal e coordenação para ajudar a evitar futuras lesões. Evite dormir pelo menos por enquanto sobre o lado doloroso. Como você pratica natação é muito importante conversar com seu professor e trabalhar na sua técnica. Essas recomendações são as mais básicas, pelo menos para seu caso. Na reabilitação vamos incluindo cada vez mais recomendações a medida que vamos descobrindo como você funciona.

    “Estou entendendo melhor agora, obrigada, Douglas. Vou me cuidar!”

    “É isso aí Emili! Se você seguir as orientações e manter uma postura consciente, sua recuperação será mais rápida. Lembre-se de que cada passo no tratamento conta!”

    “Obrigada, Douglas. Eu realmente precisava entender o que está acontecendo com meu ombro, e agora me sinto mais preparada para cuidar dele!”

    “Que bom, Emili! Vamos trabalhar juntos para que você fique bem. Conte comigo nesse processo.”

    Artigo escrito por:

    Dr.Douglas Santos

    Fisioterapeuta

  • Postura

    Postura

    Tempo de leitura: 6 minutos

    Na fila da sorveteria aguardo ansiosamente minha vez. Nesta sorveteria que fica ao lado da nossa clínica, (diga-se de passagem, tem o melhor sorvete de torta de limão que já provei). Observo uma mãe falando para o filho adolescente: _Arruma essa Postura! Você está todo tordo. O jovem de uns 15 anos, prontamente escuta sua mãe e s posiciona superelegante. Dois minutos depois, a mãe novamente: _Filho eu já te falei, arruma essa postura! _ Eu arrumei mãe, mas ela não fica. Pobre garoto! seu esforço para manter a postura é louvável, mas pouco a pouco vai sendo vencido, e nem se dá conta…

    Postura: Da História à Compreensão Atual

    A palavra “postura” tem suas raízes no latim positura, que significava simplesmente “posição” ou “forma de estar.

    Historicamente, a postura era entendida como a forma, como uma pessoa se apresentava fisicamente no mundo, seja em pé, sentada ou em movimento.

    Com o passar do tempo, e com o avanço das ciências biomédicas, o conceito de postura foi ganhando um caráter cada vez mais técnico. Principalmente, associado à biomecânica do corpo humano.

    Com o surgimento da ortopedia moderna, a postura passou a ser vista como algo de parâmetros de alinhamento considerados ideais para a saúde .

    Hoje em dia, a palavra postura continua sendo amplamente utilizada, mas muitas vezes de forma reducionista.

    Ela é frequentemente associada à ideia de “ficar reto”, “corrigir” ou “alinhar” o corpo.

    Na maiorias das vezes, sempre de acordo com padrões estéticos e mecânicos que nem sempre refletem a realidade da diversidade corporal ou das necessidades individuais.

    Se somos seres assimétricos de natureza, então por que a ideia de simetria?

    Esse entendimento limitado da postura pode levar a mal-entendidos sobre o que realmente significa se mover e se organizar no espaço de forma saudável.

    O Falso Entendimento da palavra Postura

    Quando falamos em “postura” é comum pensar em alguém com as costas retas, ombros para trás e queixo erguido. É como se essa fosse a definição universal de uma boa postura.

    É claro que, essa é uma concepção mecânica e rígida ignora a complexidade do corpo humano. Pois o corpo, é muito mais do que uma estrutura de ossos e músculos a ser corrigida.

    A postura, em sua essência, não se refere apenas à forma como organizamos nosso corpo estaticamente, mas sim a como ele se move, se adapta e interage com o ambiente ao longo do tempo.

    Muitas pessoas se tornam hiper vigilantes em relação à sua “boa postura”, tentando constantemente manter um alinhamento “perfeito” que, na verdade, apenas geraram mais tensões e desconfortos musculares.

     A ideia de que existe uma única forma ideal de se posicionar cria uma relação artificial com o corpo, onde o foco está em corrigir e não em sentir, perceber ou entender como o corpo realmente funciona e o que ele precisa.

    O Corpo e a Influência do Psiquismo

    “Porque não nos movimentamos de forma tão fluída quanto as marionetes? Simples, por que marionetes não tem Psiquismos!”

    Piret e Beziers escreveram um dos livros mais complexos que já li: A coordenação Motora. O livro é encantador de tão difícil o seu entendimento e compreensão.

    As autoras se perguntaram: Por que os seres humanos possuem as mesmas composições estruturais, mesma fisiologia, mas posicionam e movimentam-se de forma tão diferente?

    Um dos fatores que ajuda a explicar por que as pessoas se movem e se organizam de maneira tão diferente, apesar de termos uma estrutura física muito parecida, é a influência do psiquismo no corpo.

    A ideia do corpo é “coberto de psiquismo” sugere que nossos movimentos, nossa postura e nossa forma de estar no mundo são influenciados por emoções, memórias e estados mentais.

     Isso significa que o corpo não é apenas uma máquina biomecânica, mas também uma extensão da mente, com cada movimento refletindo algo mais profundo do que apenas a necessidade física de se locomover ou se posicionar.

    Essa conexão entre corpo e mente explica por que duas pessoas com características físicas semelhantes podem se mover de formas totalmente distintas.

    O psiquismo, ou seja, os aspectos psicológicos e emocionais que carregamos, molda a nossa relação com o corpo e com o movimento, tornando cada postura e gesto algo profundamente único e pessoal.

    Postura

    A RPG Souchard e a ideia de globalidade.

    A Reeducação Postural Global (RPG) é um método terapêutico criado pelo fisioterapeuta francês Philippe Souchard nos anos 80. Souchard, desenvolveu a RPG a partir de uma visão inovadora sobre a postura corporal e o tratamento das disfunções musculoesqueléticas.

    Ele percebeu que o corpo funciona de maneira integrada e que o tratamento de uma dor específica deveria considerar todo o corpo, em vez de focar apenas na área com dor.

    Com essa abordagem, ele buscou identificar e corrigir os desequilíbrios posturais que comprometem o alinhamento e a funcionalidade do corpo.

    A RPG trabalha com posturas que alongam as cadeias musculares e promovem a conscientização corporal. Em cada sessão, o fisioterapeuta analisa e ajusta a postura do paciente, visando a correção das compensações e tensões acumuladas ao longo dos anos.

    É um processo feito com o paciente em diferentes posturas, onde ele realiza movimentos controlados e alongamentos globais, sempre orientado para manter uma respiração adequada.

    Com isso, o tratamento vai além do alívio imediato da dor, proporcionando uma reeducação corporal que favorece a prevenção de novas lesões.

    A RPG é maravilhosa, por promover não só o bem-estar físico, mas também uma nova consciência sobre o corpo.

    Ao envolver o paciente de maneira ativa e integral, a RPG permite que ele aprenda a identificar as necessidades do próprio corpo e, assim, cuide da postura e dos movimentos de forma mais consciente no dia a dia.

    É uma abordagem holística e personalizada. É valorizada por quem busca não apenas tratar dores, mas também, desenvolver uma relação mais saudável com o próprio corpo.

    Por Que Conhecer o Corpo Vai Além da Correção da Postura

    A busca por corrigir a postura muitas vezes nos leva a uma relação superficial e forçada com o corpo, focada apenas na aparência ou no cumprimento de padrões arbitrários.

    No entanto, o verdadeiro autoconhecimento corporal é uma jornada muito mais profunda.

    A RPG Souchard nos convida a entender nossos próprios padrões de movimento, explorar novas formas de organização corporal e, principalmente, cultivar uma relação mais harmoniosa e consciente com o próprio corpo.

    Essa viagem não se trata de alcançar uma postura perfeita, mas de viver no corpo de forma mais eficiente, confortável e plena.

    Ao explorarmos o corpo a partir dessa perspectiva, descobrimos que o verdadeiro bem-estar, não está em como parecemos por fora, mas em como nos sentimos e nos movemos por dentro.

    Artigo escrito por:

    Dr.Douglas Santos

    Fisioterapeuta

  • Mas o que é esse tal de CORE?

    Mas o que é esse tal de CORE?

    Tempo de Leitura: 4 minutos

    Core: Quatro Letras, e uma Importância Fundamental. Uma das coisas que mais adoro no ambiente clínico, com atendimento individualizado, é a possibilidade de me sentar com o paciente, ouvi-lo, conversar sobre seu problema e entender seus medos, preocupações e dúvidas. Essa comunicação pode parecer superficial, mas considero um dos elementos mais importantes na avaliação. Hoje, escreverei sobre Seu Elias, um simpático senhor que tive a oportunidade de ajudar em nossa clínica.

    1. Core, uma Recomendação do Médico

    Revisando o histórico de Seu Elias, junto com alguns testes físicos e análises de exames da coluna, ouvi sua voz rouca na sala. Aos 67 anos, ele vinha lidando com dores lombares frequentes e, recentemente, seu médico recomendou que ele “fortalecesse o core”. Confuso com o termo, ele decidiu me perguntar o que isso realmente significava.

    “Doutor, esse tal de core… O médico me disse que é importante fortalecer, explicou que são os músculos aqui da barriga e que ajudam na coluna, mas não entendi direito. O que é isso, afinal?” perguntou Seu Elias, franzindo o cenho.

    Sorri, sabendo que muitas pessoas pensam que o core se resume ao abdômen, mas a verdade é bem mais ampla e complexa. Esse era o momento perfeito para explicar de forma prática e acessível.

    2. Quais Músculos o Compõem?

    Peguei meu tradicional livro de anatomia e mostrei a ele: “Seu Elias, imagine o core como o centro de força do seu corpo. O Core é composto por um conjunto de músculos que sustentam o tronco e a coluna. E não é só o abdômen. No core, temos o reto abdominal, o transverso do abdome, assoalho pélvico, os oblíquos internos e externos, e os músculos das costas, como o multífido e o eretor da espinha”

    Enquanto mostrava cada músculo, acrescentei: “Esses músculos, juntos, funcionam como uma espécie de cinturão natural, protegendo e estabilizando a coluna. Quando o core está fraco, é como se essa proteção estivesse frouxa, deixando a coluna mais vulnerável. Imagine-os como um colete de proteção extra ao redor da coluna.”

    Seu Elias assentiu, interessado, começando a entender o valor desses músculos na sustentação do corpo.

    3. Por Que o Fortalecimento é Importante?

    “Mas doutor, por que esses músculos são tão importantes?” perguntou ele, intrigado.

    Respondi: “O core é responsável por manter seu corpo estável, especialmente durante movimentos do dia a dia, como abaixar-se, levantar-se, elevar cargas, torcer o corpo e até respirar. Quando o core é forte, ele ajuda a distribuir o peso e absorver impactos, reduzindo a sobrecarga na coluna e nas articulações.”

    Expliquei que, sem essa base forte, a coluna acaba absorvendo mais esforço, o que pode agravar a dor lombar e até provocar outras lesões. “Pense nesses músculos como a fundação de uma casa. Se ela é sólida, a casa fica mais resistente. Se é fraca, qualquer ventinho pode causar danos.”

    4. Os Benefícios de Ter um Core Bem Desenvolvido

    Seu Elias ficou animado ao ouvir isso. “Então, se eu fortalecer o core, minha dor lombar pode melhorar?”

    “Depende! Se a fraqueza no core realmente for uma das causas da dor, fortalecê-lo pode ajudar a aliviar o desconforto, melhorar o equilíbrio e até prevenir novas lesões. Além disso, um core fortalecido melhora a postura, o que evita pressão desnecessária na coluna.”

    Falei ainda sobre outros benefícios: “Com um core bem desenvolvido, você também sente menos cansaço ao fazer atividades físicas, melhora a respiração e até o desempenho cardiovascular, pois os músculos do core também auxiliam na respiração profunda. Assim, fortalece-se o corpo como um todo.”

    5. Como Fortalecer o Core na Reabilitação da Coluna

    Seu Elias estava convencido, mas precisava entender como isso seria feito de forma segura para sua condição de dor lombar. “Seu Elias, para fortalecer o core, não precisamos de exercícios intensos, como abdominais tradicionais, que podem sobrecarregar a coluna. No seu caso, vamos focar em movimentos leves e específicos, que ativem os músculos certos sem forçar a lombar.”

    Expliquei que os exercícios para ativar o core precisam ser realizados de forma controlada e segura. “Vamos começar com alguns exercícios respiratórios, ensinando o senhor a ativar o transverso do abdome, que é o músculo mais profundo e um dos mais importantes para estabilizar a coluna.” Em seguida, trabalharemos cada músculo, pouco a pouco, até que o senhor seja capaz de ativá-los quase automaticamente.

    Enfatizei que a prática gradual e controlada era essencial. “Fortalecer o core é como treinar uma equipe. Se todos os músculos trabalham em harmonia, o corpo fica mais estável. Mas, se apenas alguns fazem o esforço, há um desequilíbrio que pode até agravar as dores.”

    Seu Elias sorriu, agora com uma compreensão clara e motivado para começar. Ele finalmente sentia que tinha a orientação necessária para cuidar melhor da coluna e retomar suas atividades diárias com menos dor e mais segurança.

    Artigo escrito por:

    Dr.Douglas Santos

    Fisioterapeuta

  • Exercício ou Atividade física?

    Exercício ou Atividade física?

    Tempo de leitura: 5 minutos

    Felipe era um homem de 45 anos que, ao longo dos últimos anos, vinha enfrentando dores nas costas e nas articulações. Apesar das várias orientações que havia recebido sobre os benefícios do exercício físico, ele continuava levando uma vida sedentária, sentado por horas no trabalho e sem praticar nenhuma atividade física regular. Após uma visita ao ortopedista, foi encaminhado a nossa clínica de fisioterapia para tratar da coluna e melhorar a postura. Lá, ele foi atendido por mim, uma das fisioterapeutas da clínica.

    Após uma breve conversa inicial, Felipe, curioso, perguntou:

    — Maite, eu sei que sou sedentário e que preciso me exercitar, mas nunca entendi muito bem a diferença entre atividade física e exercício físico. Para ser honesto, há diferença entre esses dois?

    Sorrio, percebendo que essa era uma excelente oportunidade para explicar os conceitos e, ao mesmo tempo, inspirar Felipe a adotar hábitos mais saudáveis.

    Diferença entre Atividade Física e Exercício Físico

    Comecei explicando:

    — Felipe, essa é uma pergunta muito comum. Basicamente, “atividade física” é qualquer movimento que fazemos e que exige energia. Isso inclui coisas simples como caminhar até o supermercado, subir escadas, varrer a casa, ou mesmo levantar-se de uma cadeira. Ou seja, qualquer movimento que coloque nosso corpo em ação, no cotidiano, já conta como atividade física.

    — Já o “exercício físico” é um tipo específico de atividade física, mas que é planejado, estruturado e repetitivo, com o objetivo de melhorar ou manter um aspecto da saúde ou da aptidão física. Por exemplo, uma caminhada diária de 30 minutos, uma aula de musculação ou um treino de corrida. A diferença essencial é que o exercício físico tem um propósito de melhorar a saúde e, normalmente, segue uma regularidade.

    Felipe assentiu, parecendo entender.

    — Então, se eu fizesse caminhadas todos os dias ou seguisse um plano de exercícios, isso já ajudaria?

    Confirmei, complementando:

    — Exatamente. Incorporar o exercício físico à rotina faz uma grande diferença para o corpo e, a longo prazo, na qualidade de vida.

    Problemas de Saúde Causados pelo Sedentarismo

    Felipe, então, ficou mais pensativo e perguntou:

    — Sei que o sedentarismo faz mal para a saúde mas…Parece algo tão abstrato…

    Peguei essa deixa para abordar os riscos:

    — Os problemas do sedentarismo, na verdade, são bem concretos e podem afetar muitos aspectos da saúde. Ele é considerado um dos principais fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes, hipertensão, obesidade e doenças cardíacas. Ficar muito tempo sem se mover enfraquece nossos músculos e articulações, piora a circulação sanguínea e reduz a capacidade do corpo de queimar calorias, o que contribui para o ganho de peso.

    — Além disso, há impactos na saúde mental, pois a inatividade está associada a maiores níveis de ansiedade e depressão. Pessoas que não se movimentam regularmente acabam tendo mais dificuldade para lidar com o estresse, pois os exercícios físicos ajudam na liberação de endorfinas, que são conhecidas como “hormônios da felicidade”.

    Felipe começou a perceber a gravidade do sedentarismo e, preocupado, perguntou:

    — E como eu posso evitar todos esses problemas?

    Repondo:

    — Esse é o ponto mais importante, Felipe. Basta começar a fazer exercícios físicos regularmente, com o acompanhamento adequado e no seu ritmo. Não precisa ser algo intenso; o importante é manter a regularidade e incluir o exercício na sua rotina.

    Importância e Benefícios do Exercício Físico Regular

    Com um sorriso encorajador, continuo:

    — Os benefícios de se exercitar regularmente são imensos. Primeiramente, há um aumento na resistência muscular e cardiovascular, o que faz com que atividades do dia a dia fiquem mais fáceis. Em segundo lugar, há a melhora do sistema imunológico, tornando o corpo mais resistente a infecções. A prática de exercícios também auxilia na perda e manutenção do peso corporal, aumenta a disposição e melhora a qualidade do sono além de reduz o risco de desenvolver doenças crônicas.

    — E a longo prazo, estudos mostram que quem pratica exercícios físicos regularmente tem uma expectativa de vida maior. Isso ocorre porque o exercício contribui para a diminuição da taxa de mortalidade, ou seja, reduz o risco de morte por várias doenças. Além disso, aumenta a qualidade de vida na velhice, mantendo o corpo mais independente e saudável.

    Felipe ficou impressionado com tantos benefícios e, animado, perguntou sobre a quantidade ideal de exercícios.

    Então trouxe a recomendação:

    — Segundo o Colégio Americano de Medicina do Esporte (ACMS) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), o ideal é que adultos realizem pelo menos 150 a 300 minutos de atividade física aeróbica moderada por semana, ou 75 a 150 minutos de atividade intensa. Ou seja, cerca de 30 minutos por dia já fazem uma diferença enorme. Além disso, é recomendado fazer exercícios de fortalecimento muscular pelo menos duas vezes na semana.

    Transformando o Conhecimento em Ação

    Animado, Felipe concluiu:

    — Acho que agora entendo a importância. Eu quero tentar! Pode me ajudar a montar um plano básico?

    Sorrio, vendo o entusiasmo do Felipe:

    — Claro! Vamos começar com algo que você goste de fazer e que encaixe no seu dia a dia. Depois, aumentamos a intensidade e a duração conforme seu corpo se adaptar.

    Juntos, traçamos um plano inicial de caminhada, Pilates e trabalhos de força. Felipe saiu da sessão com uma nova perspectiva, pronto para adotar hábitos mais saudáveis e encarar a caminhada em direção a uma vida ativa, mais saudável e prolongada.

    Artigo escrito por:

    Dr.Douglas Santos

    Fisioterapeuta